sexta-feira, 29 de maio de 2015

Meras farsas. (REBLOG)

Meras farsas.
Olá!
Algum de vocês já sentiu como se o mundo fosse uma farsa? É, eu já.
Aliás, todos sentem de alguma forma. Eu sinto como se as pessoas não estivessem ali, como se elas não existissem.
Acho que na verdade, nada no mundo existe de verdade. As coisas elas, vão sendo criadas e destruídas por seus próprios criadores, e é assim que eu vejo a vida.
A gente nasce, e vem aquela fase de aprender a caminhar, aprender falar, e todas essas coisas que todo mundo passa, sério, é tão ridículo, porque somos programados, somos máquinas que criam outras máquinas. A gente chega na fase da adolescência, e cara, sempre vamos nos apaixonar cegamente por um cara que não vale nada, vamos chorar por ele, e isso também, acontece com todo mundo. Depois a fase adulta, que casamos, procriamos, trabalhamos envelhecemos e morremos. E na verdade a gente não viveu, apenas seguimos a sequência que foi programada pra gente viver.
Então, eu comecei a pensar assim quando eu tinha 15 anos. E, bom, resolvi viver do meu “jeito”.
Quando eu comecei a viver desse meu “jeito”, naquele tempo, eu queria fazer coisas que eu realmente tinha vontade de fazer.
Não me apaixonei por nenhum cara, eu nem sequer envelheci.
Eu comecei a “minha vida” com muitos problemas, eu, na verdade já tinha vários. Sofrimento. Todo mundo sente, óbvio, mas todo mundo tem um motivo pelo qual deve sentir, as pessoas escolhem por quem e porque sofrer. Eu não, eu apenas sofria por não saber ao certo meu lugar, por saber que eu não teria quem me acompanhar nisso tudo. Mergulhei sozinha. Foi um mergulho tão profundo.
Esse mergulho havia um cheiro de fumaça doentio, que passava pela minha garganta indo direto para os pulmões, me faltando o ar. Mas continuei. Cada vez mais, até que me tornei dependente daquela bela fumaça acinzentada. Era bom, aquilo me aliviava a pressão diária que eu sentia. Depois de um tempo eu mergulhei mais fundo, num líquido fogoso, vezes amargo, vezes doce. Tinha belas cores e várias formas. Mergulhava diariamente nisso tudo.
Fazia quase três dias que eu não dormia.
E eu não me sentia cansada. Então eu sai da sacada do meu quarto, que é onde eu fico sempre,onde tem um clima bom e a vista é linda.
Ao abrir a porta do meu quarto, que sempre ficava chaveada, lá estava minha mãe como sempre parada na janela, com uma xícara de café. Ela nunca sente minha presença.
Então caminhei até ela, ela estava com o cabelo todo bagunçado e com olheiras enormes. Ela me empurrou como sempre fazia, segurei ela pelos braços e coloquei-a sentada. Encarei-a por um tempo.
Então ela disse: O que você quer? Já não basta ter feito seu pai sair de casa?
Eu não fiz meu pai sair de casa, ele apenas não queria uma filha e a abandonou grávida, desde então ela fica assim. Porém ela nunca tinha falado, a não ser um “oi”.
Aquelas palavras foram como um soco no meu estomago.
Então finalmente respondi: Desculpe,mamãe.
Sai correndo e entrei no meu quarto, fechei a porta e a tranquei.
Sentei na minha sacada, tirei um cigarro no bolso, coloquei bebida em um copo e peguei uma lâmina.
Acendi aquele cigarro. Bebi um gole daquele adocicado liquido. Passei a lâmina pelos meus pulsos. Aquilo me aliviou. Então traguei o cigarro mais uma vez e senti aquele sangue quente escorrendo pelos meus braços. Fechei os olhos. O que eu via era lindo,uma galáxia tão resplandecente, que eu desejei nunca ter vivido.

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sexta-feira, 29 de maio de 2015

Meras farsas. (REBLOG)

Meras farsas.
Olá!
Algum de vocês já sentiu como se o mundo fosse uma farsa? É, eu já.
Aliás, todos sentem de alguma forma. Eu sinto como se as pessoas não estivessem ali, como se elas não existissem.
Acho que na verdade, nada no mundo existe de verdade. As coisas elas, vão sendo criadas e destruídas por seus próprios criadores, e é assim que eu vejo a vida.
A gente nasce, e vem aquela fase de aprender a caminhar, aprender falar, e todas essas coisas que todo mundo passa, sério, é tão ridículo, porque somos programados, somos máquinas que criam outras máquinas. A gente chega na fase da adolescência, e cara, sempre vamos nos apaixonar cegamente por um cara que não vale nada, vamos chorar por ele, e isso também, acontece com todo mundo. Depois a fase adulta, que casamos, procriamos, trabalhamos envelhecemos e morremos. E na verdade a gente não viveu, apenas seguimos a sequência que foi programada pra gente viver.
Então, eu comecei a pensar assim quando eu tinha 15 anos. E, bom, resolvi viver do meu “jeito”.
Quando eu comecei a viver desse meu “jeito”, naquele tempo, eu queria fazer coisas que eu realmente tinha vontade de fazer.
Não me apaixonei por nenhum cara, eu nem sequer envelheci.
Eu comecei a “minha vida” com muitos problemas, eu, na verdade já tinha vários. Sofrimento. Todo mundo sente, óbvio, mas todo mundo tem um motivo pelo qual deve sentir, as pessoas escolhem por quem e porque sofrer. Eu não, eu apenas sofria por não saber ao certo meu lugar, por saber que eu não teria quem me acompanhar nisso tudo. Mergulhei sozinha. Foi um mergulho tão profundo.
Esse mergulho havia um cheiro de fumaça doentio, que passava pela minha garganta indo direto para os pulmões, me faltando o ar. Mas continuei. Cada vez mais, até que me tornei dependente daquela bela fumaça acinzentada. Era bom, aquilo me aliviava a pressão diária que eu sentia. Depois de um tempo eu mergulhei mais fundo, num líquido fogoso, vezes amargo, vezes doce. Tinha belas cores e várias formas. Mergulhava diariamente nisso tudo.
Fazia quase três dias que eu não dormia.
E eu não me sentia cansada. Então eu sai da sacada do meu quarto, que é onde eu fico sempre,onde tem um clima bom e a vista é linda.
Ao abrir a porta do meu quarto, que sempre ficava chaveada, lá estava minha mãe como sempre parada na janela, com uma xícara de café. Ela nunca sente minha presença.
Então caminhei até ela, ela estava com o cabelo todo bagunçado e com olheiras enormes. Ela me empurrou como sempre fazia, segurei ela pelos braços e coloquei-a sentada. Encarei-a por um tempo.
Então ela disse: O que você quer? Já não basta ter feito seu pai sair de casa?
Eu não fiz meu pai sair de casa, ele apenas não queria uma filha e a abandonou grávida, desde então ela fica assim. Porém ela nunca tinha falado, a não ser um “oi”.
Aquelas palavras foram como um soco no meu estomago.
Então finalmente respondi: Desculpe,mamãe.
Sai correndo e entrei no meu quarto, fechei a porta e a tranquei.
Sentei na minha sacada, tirei um cigarro no bolso, coloquei bebida em um copo e peguei uma lâmina.
Acendi aquele cigarro. Bebi um gole daquele adocicado liquido. Passei a lâmina pelos meus pulsos. Aquilo me aliviou. Então traguei o cigarro mais uma vez e senti aquele sangue quente escorrendo pelos meus braços. Fechei os olhos. O que eu via era lindo,uma galáxia tão resplandecente, que eu desejei nunca ter vivido.

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