
“E eu amo… Amo tanto que chega a doer em mim mesmo. Mas bem sei que o amor pode até vir a ser bom, não o provedor.
Casa bagunçada e desregulada. Adepto ao caos e torto por defeito. Desde suas concepções até seu frágil corpo.
Amei e as borboletas também, benditas e malditas ao mesmo tempo, presenteiam-me com fortes náuseas que fazem-me esmorecer.
Cálido há tempos não sou. O amor é bom e eu o que sou? Mero mensageiro? De resto em resto caminhe até ser o prato principal de alguém, não atreva-se a contentar em ser o Petit Gâteau. Boas novas?
Apenas estou a definhar-me na retrospectiva de quem fui e nunca mais voltarei a ser. Um tanto dramático eu sei. Perdoa-me por ser esse catalisador de tragédias, internas e alheias. Amei-te friamente e em tentação de firmamento expulsei os meus demônios para eles me assombrarem na manhã seguinte ao desalojamento de mim.
Abra-me o peito e veras coleções e coleções, algumas palpáveis aos teus olhos acostumados com o sol. Mas uma olhada mais detalhada e vós vereis o preceito de todas as tempestades, dores e muitas nuvens carregadas prontas para abater-ser ao solo.
A morte ciumenta afastou-me de meus amores apenas para me ter exclusivamente para ela. E este cheiro de sangue chove em meu céu da boca, o porquê não sei.
Está na vez de quem de tecer uma teoria classificatória? Transtorno do contorno, volta e meia e já se foi. Volta e meia e novamente estou ao meu lugar, emaranhado com minha solidão.
O terremoto abre o cadafalso, prepara-te para o show que está para começar, caros sádicos. A graciosidade de despedir-se antes mesmo da calorosa apresentação. Tranca-me em isolamento e os tremores sumirão.
Tu podes calar minha voz, mas minha mente não. Olha bem para o espelho, tuas boas normas e finalmente entendas que jamais serei como elas, embora em minhas costas eu tenha carregado o peso de teus princípios.
Bailarina convoco-te para dançar entre os espaços vazios de minhas granadas. O coração lhe grita, mas a condecoração de Pierrot Impede-me a voz alta. Resta-me escrever até o cansar dos dedos. Guarda imperial de nada serve se não para cuspir-me o alto astral. Sacerdotes cospem seus dotes na função da qual não faço mais parte.”
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